“Quando escrevi o meu primeiro texto a respeito de Pedro Casqueiro falei de um princípio de desmarcação que - resumindo para quem não esteja familiarizado com a linguagem do futebol - serviu para descrever uma forma de gestão e antecipação de expectativas em que cada movimento e cada posicionamento servem para sugerir ou proporcionar novos e, de preferência inesperados, movimentos e situações. Até hoje continuo a reconhecer esse princípio em cada um dos sucessivos momentos e em cada uma das obras que formam o corpo de quase 40 anos de trabalho do artista. Ao falar de Casqueiro sente-se sempre a tentação, se não mesmo a obrigação, de falar de pintura e a respeito da sua obra poderíamos passar em revista todas as questões sobre a “questão da pintura” ao longo dos últimos 50 anos medindo a sua obra em função das obras dos grandes mestres e pós-mestres da pintura e...pós-pintura ao longo deste período. Podia até inventar algumas designações: neo-impressionismo geométrico, “profondeurs-surfaces”, “good painting”, pós-pop frio, “old neo-geo” e por aí fora sempre segundo o princípio da desmarcação.
Entrada actualizada el el 22 mar de 2019
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