A imagem da seca é compreendida como parte da identidade da região Nordeste do Brasil, algo que supostamente não diz respeito apenas ao clima, e que cria narrativas, imaginários coletivos, políticas públicas e grandes obras. Esta representação está diretamente ligada, por exemplo, à criação de programas, campanhas e instituições como o DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas). Açudes, canais, represas, barreiras, paredes são consequência de parte destas narrativas da seca e produzem uma alteração na paisagem natural. Sua justificativa geralmente se dá pela diminuição das desigualdades, embora muitas vezes ampliem a noção de injustiça. Como compreender que alguém não possa ter acesso à água de um canal construído com o discurso de levar água para esse alguém? Ao mesmo tempo, como podemos intervir e pensar uma política hídrica sustentável considerando a concentração de pessoas em grandes cidades?
Entrada actualizada el el 03 mar de 2020
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