O projeto expositivo quase nada transforma o espaço TAG the Gallery num lugar de encontro entre as dimensões material e imaterial. Num tempo de crescente multiplicação, aceleração e excesso, os artistas aqui reunidos dedicam-se a exercícios de subtração, omissão e evocação. Exercícios estes que surgem de sensibilidade artísticas sustentadas num apurado rigor conceptual, mas também numa expressa informalidade associada à experimentação – com a matéria, com o vazio, com o som e com a linguagem.
Tirando partido das qualidades espaciais e sensoriais do espaço expositivo, Claire de Santa Coloma, Francisca Aires Mateus, Horácio Frutuoso e Sara Chang Yan apresentam novos trabalhos desenvolvidos especificamente para esta mostra que nos levam a abrandar e sentir, olhar e tocar, circular e existir. Os seus exercícios são também nossos.
Em quase nada permeia uma vontade de trabalhar o que existe e de não adicionar mais ao mundo, mas antes digeri-lo e transformá-lo:
“Escrever unicamente o necessário”.
Retirar o...mínimo de material para que tronco se torne escultura.
Cortar e rasurar o papel, abrindo espaço para a luz.
Aproveitar o banal para lhe conferir uma nova sonoridade.
É na corporeidade da forma ou na sua inexistência que se desvenda o interesse destes artistas pela matéria, pelo pensamento, e pelo espaço que estes ocupam.
Trabalhando suportes tão distintos como a madeira, o papel, o som e a palavra, o grupo de artistas de quase nada explora a dialética entre a materialidade e a imaterialidade, o visível e o invisível, e entre a força e a fragilidade da matéria.
Entrada actualizada el el 06 jul de 2020
¿Te gustaría añadir o modificar algo de este perfil?
