A partir deste sábado, dia 19, a Zipper Galeria apresenta a exposição “Tudo que é uno se divide”, individual da artista Rizza no programa Zip’Up. Concebida como uma instalação imersiva, a mostra convida o expectador a transitar por um labirinto hexagonal de espelhos e a se ver envolto pelo espectro de cores registrado pela artista em seu ateliê, a partir da refração da luz.
Geometria sagrada, relações energéticas, cosmologia, frequências e sistemas de formação da natureza são os principais objetos das investigações da artista. Com o foco no desenvolvimento de trabalhos que propõem a experiência dos sentidos, as instalações da artista criam simbiose entre o ambiente e o espectador, reagindo às mudanças do entorno, sejam elas do próprio público ou do ambiente em que está inserida. Entre ciência, arte e espiritualidade, Rizza cria zonas sensoriais que cruzam as fronteiras da própria experiência.
“O andar por entre as esculturas revela a experiência de...olhar para si em multiplicidade, ao mesmo tempo que também é observar os arredores e entrar em contato com a luz em suas diferentes formas de existir. Tudo que se vê dentro do espelho também está fora, e vice-versa. A exposição, então, torna-se uma constante de transformação, a obra é simultaneamente o fragmento e o todo que nos circunda. A manipulação das camadas que permitem que a essência exista é o exercício de criação praticado pela artista, sendo a vivência de transitar no ambiente uma sucessiva lembrança de que tudo que é uno se divide.”, escreve Thais Teotonio, que assina o texto crítico da mostra.
Com curadoria e acompanhamento artístico da KURA, a exposição “Tudo que é uno se divide” fica em cartaz até o dia 17 de julho de 2021.
Idealizado em 2011, um ano após a criação da Zipper Galeria, o programa Zip’Up é um projeto experimental voltado para receber novos artistas, nomes emergentes não representados por galerias paulistanas. O objetivo é manter a abertura a variadas investigações e abordagens, além de possibilitar a troca de experiência entre artistas, curadores independentes e o público, dando visibilidade a talentos em iminência ou amadurecimento. Em um processo permanente, a Zipper recebe, seleciona, orienta e sedia projetos expositivos, que, ao longo dos últimos anos, somam mais de cinquenta exposições e cerca de 70 artistas e 30 curadores que ocuparam a sala superior da galeria.
Sobre a artista
Rizza (Belo Horizonte, 1985) cursou Creative Photography e Studio Lighting na London School of Photography. Fez residência artística em Tokyo, que resultou na exposição Revolucid - Visionnaire Collective. Entre seus prêmios destacam-se o TAU – Território Arte Urbana em Belo Horizonte (BR) e a Bienal das Artes do Sesc-DF, em Brasília (BR). Desenvolveu instalações em diversos espaços públicos, como a Praça Victor Civita, a Praça Lindenberg Itaim e também na exposição Circular Arte na Praça Adolpho Bloch, com curadoria de Marc Pottier. Suas exposições incluem E.spelho - Galeria Aura, São Paulo (BR), Tridimendionalidade e o Meio Ambiente, Clube Paulistano, São Paulo, Works on paper e Portraits na The Brick Lane Gallery, em Londres (ENG) e Art Basel Brunch - Artefacto em Miami (EUA). A artista vive e trabalha em São Paulo, Brasil.
Sobre a curadoria
Foi partindo de um contato íntimo e afetuoso com a arte que Camila Yunes Guarita fundou, em 2018, a Kura, uma empresa que tem como principal objetivo ampliar o acesso à cultura, promovendo o diálogo entre diferentes agentes do mercado - colecionadores, artistas, galerias e instituições. Em meio a uma produção artística vasta e diversa, Kura segue um modelo de negócio capaz de atender as demandas de uma cena cultural efervescente. Impulsionada pela missão de formar verdadeiros apreciadores da arte, Camila fundou uma empresa de arte amparada por quatro pilares centrais: art advising, catalogação, acompanhamento artístico e projetos especiais. Passou a orientar colecionadores de diferentes perfis, em um processo que vai desde a pesquisa em âmbito nacional e internacional para aquisição da obra, até a catalogação de acervos privados. Além de acompanhar a carreira de jovens artistas e customizar projetos especiais, promovendo a intersecção de diferentes áreas do conhecimento, como moda e design.
Texto crítico: Thais Teotonio
Thais Teotonio (1996, São Paulo) é artista independente e curadora atuante na Kura, faz graduação em Artes Visuais pela Universidade de São Paulo e participou do grupo de pesquisa Depois do Fim da Arte orientado por Dora Longo Bahia. Como curadora, suas principais exposições foram Turvo (2020), individual do artista Thiago Haidar, Flume (2019) no Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba, Funeral (2019) no Ateliê Piscininha e Os Coroados (2019) individual de Matheus Chiaratti na PINGA. Também realizou entrevistas com as artistas Regina Silveira, biarritzzz, Vitória Cribb, Jaime Lauriano e com o coletivo NACIONAL TROVOA. Como artista, suas principais exposições coletivas foram 26°Programa Nascente (2018/19) no Museu de Arte Maria Antonia, Laboratório do Semestre (2017-18) no Espaço das Artes (EDA) e Rizoma (2017) na Secretaria Municipal de Cultura (SECULT) em Pelotas (RS). A artista foi selecionada para o Arte Londrina 8, que ainda não foi realizado por conta do contexto pandêmico.
Entrada actualizada el el 16 jul de 2021
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