Em sua segunda exposição individual na Galeria Superfície, “Da Iniciativa Utópica (Permissão em Cadência)”, Rodrigo Garcia Dutra continua sua pesquisa iniciada durante o tempo que passou no Royal College of Art de Londres. O artista investiga a natureza da forma, suas origens e réplicas, e os diversos modos como ela viaja no tempo e no espaço.
Nesta exposição Rodrigo apresenta objetos em bronze que são reproduções de um maracá original indígena. Estes objetos, nos quais a forma associada ao sagrado se faz presente, são colocados em evidência dentro de um contexto maior de associações entre a forma e ideia da mesma que é pré-existente segundo Platão.
Uma sala de chá é sugerida no espaço da galeria. Tendo como referência uma imagem (Casa Japonesa) de Lygia Pape do Livro da Arquitetura, 1959-63, tablados de madeira que mimetizam tatames japoneses são ativados por uma nova versão de uma cerimonia de chá verde (matcha) concebida...pelo artista.
A sala de chá toma forma também em pintura (“Sala de chá”, 2016), referenciando a fachada do palácio Katsura em Kyoto. Esta forma, através da Bauhaus e Walter Gropius, Le Corbusier e outros arquitetos europeus, chega como inspiração aos palácios modernistas de Oscar Niemeyer. Vale notar como o Ed. Copan, o prédio da Bienal de São Paulo e os Palácios do Planalto, Alvorada dentre outros em Brasília, são uma fina apropriação dos conceitos formais originados em Katsura.
Entrada actualizada el el 26 abr de 2017
¿Te gustaría añadir o modificar algo de este perfil?
