Este ano são 75 os artistas plásticos que estão na cidade flaviense a mostrar as suas obras, em mais um Encontro Luso-Galaico.
Estas coisas do espírito são as que remanescem daquele sentimento pátrio que vem dos tempos dos romanos que irmanaram os povos d'aquém e d'além Minho até que o século XII lhes semeou uma fronteira que nunca os dividiu.
Mas essa questão dos poderes nunca impediu a solidariedade que sempre se gerou entre as gentes galaicas no quotidiano adverso.
Com efeito, é costume antigo, em todas as veredas dos degredos aonde os leva os inconformismos, não se fazer diferença entre os galegos de Portugal e os da Espanha. Se em países distantes nos apresentamos como portugueses falam-nos logo nos galegos que conhecem como melhor forma de se gerar cumplicidades.
Esta Mátria antiquíssima, demarcada desde os Suevos, identifica-nos como cidadãos da mesma terra no que diz respeito às coisas comuns. O Santiago padroeiro de...muitas das nossas Igrejas não é diferente do do Campo das Estrelas. As Rias Baixas são-nos tão familiares como os melhores sítios do Minho ou de Trás-os-Montes. Em Ourense, Vigo ou Santiago de Compostela é comum ouvir-se nos cafés combinações de pequenas passeios a Portugal como se se tratasse de deslocações a Lugo, Ferrol ou Corunha.
Sentimo-nos, pois, um só povo, num só território, com uma fronteira pelo meio.
Pelo que não admira que sintamos a necessidade de nos congregar em incitativas deste tipo, como esta das Pontes Luso-Galaicas, que vai já na sua 4ª edição.
Este evento, com a dimensão com que se apresenta, só foi possível, graças às sinergias derivadas dos esforços da Câmara Municipal de Chaves, da Associação Chaves Viva e da Galeria Vieira Portuense. Divididos os esforços entre estas três identidades, foi possível concretizar mais este sonho, cumprindo a sentença do poeta: «Deus quer, o homem sonha, a obra nasce».
Entrada actualizada el el 01 abr de 2015
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