As obras que Gabriela Albergaria apresenta nesta exposição partem da instabilidade cromática, alquímica e estrutural da natureza enquanto potência para questionar o modo como os seres vivos humanos e não humanos alteram a natureza, assim como a natureza os (e nos) altera, enquanto entidades que vivem em partilha empática na fuga a um apocalipse anunciado.
Os limites entre a paisagem e a natureza são porosos na maior parte da produção artística, mas não na obra de Gabriela Albergaria: nela tudo é natureza. É naquilo que a paisagem tem de invenção que reside, como tão bem notou Anne Cauquelin, a sua vontade de criar “um objecto cultural sedimentado, tendo a sua função própria, a de garantir permanentemente os quadros da percepção dotempo e do espaço”. A natureza, por seu lado, esquiva-se a esta objectificação eaquilo que garante não é óbvio nem estável. Aliás, são as instabilidades congénitas (e desconhecidas) da natureza e...do natural que têm transformado estes campos
numa das saliências mais prolíficas do pensamento artístico.
Entrada actualizada el el 27 mar de 2019
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