A exposição-ensaio, realizada pelo Instituto Tomie Ohtake e organizada pelos seus curadores Luise Malmaceda e Paulo Miyada, parte da obra do artista paranaense Miguel Bakun (1909-1963) para refletir sobre a representação da paisagem subtropical brasileira. “Trata-se de uma paisagem tantas vezes desconsiderada pelo imaginário eminentemente litorâneo, quente e praieiro de um país cujos cartões postais concentram-se ao norte do trópico de Capricórnio”, afirmam os curadores.
“Aprendendo com Miguel Bakun: Subtropical”, como sugerem Malmaceda e Miyada, trata-se de uma imersão pela "estética do frio", conceito elaborado pelo músico gaúcho Vitor Ramil em livro de título homônimo, cuja mediadora são as obras de Bakun, balizadas pelo apreço à paisagem cotidiana de uma Curitiba dos anos 1940, às vésperas de sua modernização e ainda atravessada por indícios de seu entorno rural. Segundo os curadores ainda, o pintor paranaense, ao depositar sobre tela ágeis pinceladas utilizando uma restrita paleta formada pelas cores amarela, azul...e verde entremeadas por branco puro, foi capaz de materializar esse imaginário de Brasil adverso às representações da natureza exótica e vibrante historicamente interpretada por viajantes estrangeiros, ou mesmo pelo cânone moderno, e exportada como imagem-ideal do país.
Entrada actualizada el el 06 may de 2019
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