Exposición en Lisboa, Portugal

Body / Building

Dónde:
Galeria Madragoa [ESPACIO CERRADO] / Rua do Machadinho, 45 / Lisboa, Portugal
Cuándo:
07 sep de 2018 - 03 nov de 2018
Inauguración:
07 sep de 2018
Organizada por:
Enlaces oficiales:
Web 
Descripción de la Exposición
A MADRAGOA tem o prazer de apresentar a exposição colectiva Body / Building, com obras de Augusto Alves da Silva, Werner Feiersinger, Steffani Jemison, Ugo La Pietra e Ree Morton, que ocupará os dois espaços da galeria. O conceito de espaço urbano não é apenas o de um dado espaço fisicamente definido. Muitos factores contribuem para a sua configuração, que é sempre o resultado de um acto de interpre- tação, o objecto de uma representação. A densidade deste espaço não-neutral, que devolve uma pluralidade de visões àqueles que dele se aproximam, é o ponto de partida de Body / Building, em que a relação entre corpo humano e paisagem urbana não é apenas o tema das obras reunidas na exposição mas assume-se também como crucial na determinação do ponto de observação do artista, funcionando como manual para uma abordagem íntima ao meio envolvente. Attrezzature urbane per la collettività (Mobiliário urbano para a ... sociedade), de Ugo La Pietra, é uma série de oitenta desenhos, desenvolvidos em Milão entre 1977 e 1979, com o objectivo de transpor a barreira entre os espaços público e privado. O projecto parte da exploração da cidade e da identificação de elementos urbanos — tais como sinais de trânsito, postes e correntes, bases de betão —, esteticamente inconsistentes, sem qualquer outra função que não a de marcadores de separação e condicionamento. Reflectindo sobre o lema “viver é estar em casa em todo o lado”, estes elementos são fotografados, redesenhados e convertidos nas mesas de La Pietra, com ironia e uma habilidade visionária, peças de mobiliário doméstico, transformando um “espaço para usar” num “espaço para viver”, como o próprio artista explicou. É assim que um sinal de “proibido parar” se torna num confortável toucador com espelho, ou um pilarete transformado numa elegante mesa de centro à sombra de uma árvore. A prática multifacetada de Ree Morton, focada na relação recíproca entre interior e exterior, baseia-se no desenho, ferramenta que a artista usa para investigar e filtrar a experiência com o próprio território, deixando sinais e fragmentos emergir para dar forma a uma cartografia íntima da memória, fazendo lembrar vagamente os mapas psicogeográficos situacionistas, nos quais partes de cidades são ligadas por linhas e setas. Em Untitled (1972), alguns elementos reconhecíveis de uma paisagem — um canteiro cercado, um caminho, pequenas arcadas — encontram-se dispersos no papel, ligados por linhas e traços, acabando por se tornarem diagramas abstractos, retratos vibrantes de campos energéticos. Untitled (Rudofsky I and II) (1972) é um díptico inspirado na arquitectura vernacular, em particular por alguns espigueiros — tipologia presente na Galiza e na zona rural portuguesa de Lindoso, e nalgumas regiões de África —, reproduzido no livro de Bernard Rudofsky Architecture without Architects (1964). As representações gráficas dos espigueiros, bem como as citações do livro que as acompanham, acentuam o antropomorfismo destas estruturas que, com um chapéu e pequenas colunas na sua base, parecem poder mover- se e até mesmo dançar. Uma profunda relação com a arquitectura caracteriza a prática de Werner Feiersinger. As suas esculturas inspiram-se em modelos arquitectónicos, mobiliário urbano e objectos do quotidiano, cujas formas e superfícies são polidas e rareadas ao ponto de preservarem apenas uma vaga semelhança com o objecto de origem. Neste processo de abstracção e redução que permite revelar a geometria essencial ou a estrutura de elementos urbanos específicos, a funcionalidade dos objectos é restaurada, enquanto que a utilização de cores vivas e materiais suaves sem imperfeições destaca o seu valor estético, denunciando de forma crítica a imposição do estereótipo, do cânone, do modelo teórico sobre o valor utilitário. Untitled (1992) é composto por duas estacas de aço cor de laranja, cada uma fixa a uma base de poliéster, que parecem uma estrutura de andaime arrancada da estrada, ao passo que a grelha azul de Untitled (2010) cria um volume simples evocativo da arquitectura moderna ou a escultura minimalista, cuja ambiguidade é provocada pela presença de um elemento cilíndrico de plástico. «A paisagem que fotografo fascina-me como algo onde se podem ler imensos sinais de uma determinada sociedade, ou de um sítio no tempo onde a gente está, da maneira como as pessoas constroem ou desconstroem coisas, levando-me a refletir sobre a forma como as sociedades pensam, se organizam, funcionam»*, afirmou Augusto Alves da Silva numa entrevista. Longe de ser um trabalho confinado ao género da paisagem, o seu tríptico Paradise City (2017) mostra três vistas diferentes que interagem entre si, revelando o imaginário pessoal do artista associado à ideia de uma cidade: a fotografia de Paris, vista a partir de uma perspectiva invulgar, é colocada ao lado de um nu feminino atrás do qual pode ver-se o desenho de uma paisagem desenhada sobre a parede com uma tinta dourada, provavelmente evocando a decoração kitsch de alguns hotéis, e daquilo que parece ser uma vista aérea de uma terra deserta cujas dimensões e distância não são claramente percebidas e que parece tratar-se de uma povoação humana. Na fotografia Untitled (2015), graças a um enquadramento e ângulo especiais, um navio de cruzeiro parece estar estacionado no asfalto de um parque de estacionamento ou confundir-se a um edifício real, enquanto que a presença humana, assinalada por um casal mesmo no centro da composição, se torna quase invisível. O vídeo de Steffani Jemison, Escaped Lunatic (2010-11), mostra quatro jovens que atravessam o plano, correndo pelas ruas de Houston como se estivessem a ser perseguidos por alguém ou a fazer um treino intenso, enquanto saltam, se atiram e rolam no chão, evitando por vezes mobiliário urbano que, em vez de definir o percurso, se torna um obstáculo. O ritmo frenético dos seus corpos nesta corrida, com os seus desvios imprevisíveis e mudanças súbitas, sobrepõe-se ao fluxo normal do trânsito e ao cenário urbano estático que serve de pano de fundo à acção. O vídeo põe em cena o estereótipo da figura do fugitivo, ainda hoje perpetuado, ao fazer o ponto de partida coincidir com o ponto de chegada. *Ser Sexo ou Não é Irrelevante. Conversa entre Augusto Alves da Silva, João Fernandes e Ricardo Nicolau, in Sem saída. Ensaio sobre o optimismo, cat. exp. Fundação de Serralves (Porto, 2009), p. 47. ----------------------------------------- Augusto Alves da Silva (1963, Lisboa, Portugal) vive e trabalha em Tremez, Portugal. Estudou em Londres, primeiro no London College of Printing, e posteriormente realizou um mestrado em Media Studies na Slade School of Fine Arts. Começou a expor na década de 90, e desde então tem trabalhado com fotografia e vídeo. Em 1999 foi finalista do Prémio Citibank de Fotografia e em 2006 finalista do BES Photo. Os seus trabalhos têm sido expostos internacional- mente e em especial no MAC, Elvas; MUSAC, Léon; Serralves, Porto; Chisenhale Gallery, Londres; Museu Berardo, Lisboa; Culturgest, Lisboa; Bozar, Bruxelas; Fotomuseum Winterthur. Werner Feiersinger (1966, Brixlegg, Áustria) vive e trabalha em Viena. Depois de ter estudado na Universidade de Artes Aplicadas em Viena e na Jan van Eyck Maastricht Academy, ensinou na Universidade de Artes Aplicadas em Viena e na École Nationale des Beaux Arts de Lyon. Feiersinger expôs as suas esculturas e fotografias durante mais de uma década e foi também responsável por uma série de intervenções escultóricas em espaço público. A sua obra foi apresentada em instituições internacionais como: Secession, Viena; Galerie Stadtpark, Krems; Kunst Merano Arte, Merano; O&O Depot, Berlim; Fundação Gulbenkian, Lisboa; Fundação Antoni Tapiés, Barcelona; CAC, Vilnius; MuHKA, Antuérpia; Centro Andaluz de Arte Contemporáneo, Sevilha. Em Outubro de 2018 apresentará uma extensa intervenção escultural na Belvedere21, em Viena. Steffani Jemison (1981, Berkeley, Califórnia) vive e trabalha em Brooklyn, Nova Iorque. É Mestre em Artes Visuais pela School of the Art Institute of Chicago (2009) e Bacharel em Literatura Comparada pela Columbia University (2003). Jemison realizou várias residências artísticas e fellowships, incluindo Rauschenberg Residency (2016), Sharpe-Walentas Studio Program (2015-2016), Smack Mellon Artist Studio Program (2014-2015), Studio Museum in Harlem AIR (2012-2013), Denniston Hill (2012), International Studio and Curatorial Program (2012), Project Row Houses (2010-2011), Core Program no Museum of Fine Arts Houston (2009-2011), e Skowhegan School of Painting and Sculp- ture (2008). Os seus trabalhos foram apresentados no Jeu de Paume, CAPC Bordeaux, Museum of Modern Art, Royal Danish Academy of Fine Arts, entre outros. Tem obras nas colecções públicas do Whitney Museum, Museum of Mo- dern Art, Brooklyn Museum, Studio Museum in Harlem e na Kadist Foundation. Ugo La Pietra (1938, Bussi sul Tirino, Itália) vive e trabalha em Milão, onde se formou em Arquitectura no Politécnico em 1964. Arquitecto de formação, Ugo La Pietra é artista, realizador, editor, músico, cartoonista e professor. Tem-se definido a si mesmo como investigador de sistemas de comunicação e de artes visuais desde 1960, movendo-se simultaneamente pelos mundos da arte e do design. Experimentador incansável, La Pietra atravessou diferentes cor- rentes (do Informalismo à Arte Conceptual, da Arte Narrativa ao cinema de artista) e utilizou múltiplos media, condu- zindo pesquisa que se baseava na teoria do “Sistema Desequilibrante” — expressão autónoma dentro do Design Radical — e em temas sociológicos importantes como “The Telematic Home” (MoMA, Nova Iorque, 1972 — Feira di Milano, 1983), “Real Space / Virtual Space” (Triennale di Milano 1979, 1992), “The eclectic Home” (Abitare il Tempo, 1990), “Beach Culture” (Centro Culturale Cattolica, 1985/95). O seu trabalho foi transmitido em diversas exposições em Itália e no estrangeiro e curou várias exposições na Triennale di Milano, Bienal de Veneza, Musée d’art contempo- rain de Lyon, FRAC Centre em Orléans, Museu Internacional de Cerâmica em Faenza, Fondazione Ragghianti em Lucca, Fondazione Mudima em Milão e o Museo MA*GA em Gallarate. Preservou sempre, de forma crítica, os ele- mentos humanistas, significantes e territoriais do design através das suas obras e objectos, bem como do seu trabalho no ensino, na teoria e na edição. Ree Morton (1936, Ossining, Nova Iorque) expôs durante a sua vida no Artists Space, em Nova Iorque, no Institute of Contemporary Art, em Filadélfia, no Whitney Museum of American Art, Nova Iorque, bem como nas Bykert and Droll/ Kolbert Galleries. Em 1977, Morton morreu num acidente de viação em Chicago. A sua obra está representada em diversas colecções de museus nos EUA e na Europa. Uma retrospectiva póstuma da sua obra foi organizada pelo New Museum de Nova Iorque em 1980, e viajou por vários museus norte-americanos. Em 1999, a Universidade de Vermont, Burlington, organizou uma exposição dos seus cadernos de desenhos e publicou um facsimile de páginas seleccionadas. Uma exposição antológica e uma monografia extensa do trabalho de Morton foi organizada em 2008 pela Generali Foundation, em Viena, e uma exposição dos seus desenhos e pinturas e esculturas relacionadas foi apresentada no Drawing Center, em Nova Iorque, em 2009. Em 2015, o seu trabalho foi objecto de uma retrospectiva no Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia, em Madrid. No Outono de 2016, Alexander and Bonin organizou uma exposição individual do trabalho de Morton. Em Setembro de 2018, o Institute of Contemporary Art, da Universidade de Pensilvânia, terá a maior exposição individual da obra de Ree Morton nos EUA em mais de trinta e cinco anos.

 

 

Entrada actualizada el el 23 oct de 2018

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