O trabalho de Ângela Ferreira (Moçambique, 1958) parte frequentemente de episódios históricos ligados ao colonialismo, à sua falência e aos seus traumas. Neste caso, da cantora e ativista Miriam Makeba (1932–2006), figura relevante na luta contra o apartheid na África do Sul. A primeira mulher negra a discursar nas Nações Unidas, foi impedida de regressar à África do Sul em 1960, e aos Estados Unidos da América em 1968, após o seu casamento com Stokely Carmichael, líder do partido Panteras Negras. Esta exposição inspira-se na casa na Guiné Conacri onde Makeba e Carmichael viveram exilados entre 1968–1983, convertendo em peças escultóricas alguns dos elementos arquitetónicos da moradia de planta circular, quase um protótipo da relação entre a arquitetura modernista e africana e, sobretudo, um lugar simbólico do exílio e da condição apátrida.
Este trabalho integra o ciclo Reação em Cadeia, uma colaboração entre a Culturgest e a Fidelidade Arte que propõe...aos artistas participantes o convite ao artista que lhes sucede nas duas galerias (Lisboa e Porto), pressupondo uma estreita adequação do projeto aos espaços. Ângela Ferreira é a primeira artista convidada, a quem sucederá Jimmie Durham (E.U.A., 1940).
Entrada actualizada el el 30 may de 2019
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