Verger e Valentim são estudiosos iluminados, que tratam com um conhecimento atávico, mas também conquistado, de questõe de religiosidade, dos fluxos e refluxos da diáspora africana, de um sincretismo cordial e violento e de toda a riqueza e complexidade da cultura afro-brasileira.Ambos se entregam de corpoe alma às suas pesquisas e vão fundo nas discussões sobre a inserção mítica e cotidiana do negro nos terreiros de São Salvador daBahia de Todos os Santosdo Brasil e sobre as influências do continente africano na construção da espiritualidade, do imaginário, do cotidiano e da culturado povo brasileiro.
Antropólogo e Pesquisador, Pierre Verger encontrou na Bahia um cotidiano marcado pela cultura da África Ocidental. Seu fascíniopor este povo e por esta terravai além da imagem, mostrando interesse pelos contextos, pelas histórias e pelas tradições. Para Verger, a fotografia tinha funções estéticas, documentais, afetivas e políticas, e cumpria um importante papel no discurso sobre fotografo...e fotografado.
Aliando matriz construtiva, apuro cromático e seu intenso sincretismo religioso, Rubem Valentim buscou na cultura afro-brasileira e na cultura popular africana as características que norteariam sua produção até o final da vida. Ele sintetizou os elementos presentes nos cultos de candomblé, como os oxês de Xangô em objetos geométricos, uma espécie de escrita para esses elementos, uma arte semiótica que promove uma leitura profunda, sintética e habilidosamente cromatizada da identidade afro-brasileira.
Entrada actualizada el el 21 nov de 2018
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